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Dramaturgia em luto com a morte de Ruth de Souza

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O velório aconteceu nesta segunda-feira (29) no Theatro Municipal

A atriz Ruth de Souza, 98 anos, lutava contra uma pneumonia e morreu na manhã do último domingo (28), no Hospital Barra D'Or, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro. O velório aconteceu nesta segunda-feira (29) no Theatro Municipal, mesmo local onde em 1945 revolucionou o teatro como a primeira atriz negra a atuar naquele palco.  

Com mais de 70 anos de carreira, Ruth foi uma referência da dramaturgia no Brasil. Nascida em 12 de maio de 1921, no bairro do Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, filha de um lavrador e uma lavadeira, desde criança sonhava em ser atriz. Começou no Teatro Experimental do Negro, grupo fundado por Abdias Nascimento e Agnaldo Camargo. Foi com esse grupo que, em 8 de maio de 1945, atuou pela primeira vez no Theatro Municipal com a peça foi "O Imperador Jones", de Eugene O'Neil. 

Passou pela TV Tupi, Rede Record, TV Excelsior, e em 1968 foi contratada pela Globo, onde atuou em mais de 20 novelas. Na década de 1970, participou de clássicos da dramaturgia como Pigmalião 70 (1970), Os Ossos do Barão (1973), O Rebu (1974), Helena (1975) e Duas Vidas (1976). Fez dupla com Grande Otelo na primeira versão da novela Sinhá Moça (1986), de Benedito Ruy Barbosa. Também trabalhou em sucessos como O Clone (2001), de Gloria Perez; Memorial de Maria Moura (1994), adaptação do romance homônimo de Rachel de Queiroz, escrita por Jorge Furtado e Carlos Gerbase;  Amazônia – De Galvez a Chico Mendes (2007), de Gloria Perez e no seriado Na Forma da Lei, como a Velha Oxalá (2010).

A atriz estreou no cinema por indicação do escritor Jorge Amado em Terra Violenta (1948), adaptação de seu romance Terras do Sem Fim, dirigida por Tom Payne. No mesmo ano, atuou ao lado de Oscarito em Falta Alguém no Manicômio. Ruth participou de mais de 30 filmes, incluindo a versão para a telona de "Sinhá Moça", de Tom Payne. O longa levou Ruth a concorrer ao prêmio de melhor atriz do Festival de Veneza de 1954. Na ocasião foi a primeira brasileira indicada a um prêmio internacional de cinema. A atriz esteve também no clássico "O assalto ao trem pagador" (1962), de Roberto Farias, e "As filhas do vento", de Joel Zito Araujo, com o qual foi premiada no Festival de Gramado de 2004.